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terça-feira, 17 de junho de 2008

Estômago

Sinopse
Raimundo Nonato (João Miguel) foi para a cidade grande na esperança de ter uma vida melhor. Contratado como faxineiro em um bar, logo ele descobre que possui um talento nato para a cozinha.

Com suas coxinhas Raimundo transforma o bar num sucesso. Giovanni (Carlo Briani), o dono de um conhecido restaurante italiano da região, o contrata como assistente de cozinheiro. A cozinha italiana é uma grande descoberta para Raimundo, que passa também a ter uma casa, roupas melhores, relacionamentos sociais e um amor: a prostituta Iria (Fabiula Nascimento).



Ficha Técnica
Título Original: Estômago
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 112 minutos
Ano de Lançamento (Brasil / Itália): 2007
Estúdio: Zencrane Filmes / Indiana Filmes
Distribuição: Downtown Filmes
Direção: Marcos Jorge
Roteiro: Lusa Silvestre, Marcos Jorge, Cláudia da Natividade e Fabrizio Donvito, baseado em argumento de Lusa Silvestre e Marcos Jorge
Produção: Cláudia da Natividade, Fabrizio Donvito e Marcos Cohen
Música: Giovanni Venosta
Fotografia: Toca Seabra
Direção de Arte: Jussara Perussolo
Figurino: Marisol Grossi
Edição: Luca Alverdi


Elenco
João Miguel (Raimundo Nonato)
Fabiula Nascimento (Iria)
Babu Santana (Bujiú)
Carlo Briani (Giovanni)
Zeca Cenovicz (Zulmiro)
Paulo Miklos (Etecetera)
Jean-Pierre Noher (Duque)
Marco Zenni (Vagnão)
Marcel Szymanski (Valtão)
Helder Clayton Silva (Seqüestro)
Alexander Sil
Tino Viana
Sidy Correa
Rodrigo Ferrarini
Marco Zenni
Andrea Fumagalli
Luiz Brambilla
Dieizol Motta
Ivan Tuir
Ed Canedo
Adriano Carvalhaes
Nawbert Cordeiro
Vantuir Jorge
Altamar Cezar
Lilian Marchiori
Alaor de Carvalho
Pedro Moreira
Junior Costa
Max Olsen
Fabiano Teixeira
Tarciso Fialho
Luimar Langge
André Nunes
Cleber Braga
Maikon Kempinski
Paulo Hey
Jadão da Silva
Rodrigo Cavalheiro
Betina Belli
Patricia Saravy
Flávia Strongolli
Zilda Carvalho
Natasha Gandelman
Moacir Leal
Luis Mendes Junior


Premiações

- Ganhou os prêmios de Melhor Filme e Melhor Ator (João Miguel), no Festival de Punta del Este.

- Ganhou o prêmio de Melhor Filme no Festival do Uruguai.

- Ganhou o troféu Redentor de Melhor Filme - Voto Popular, Melhor Diretor, Melhor Ator (João Miguel) e o Prêmio Especial do Júri (Babu Santana), no Festival do Rio 2007.



Curiosidades

- Estréia de Marcos Jorge como diretor de longa-metragens de ficção.

- O filme marca a utilização de um acordo de co-produção Brasil-Itália que existe desde 1974, mas que nunca havia sido utilizado. A produtora executiva Cláudia da Natividade levou um ano para elaborar e formalizar o contrato entre a brasileira Zencrane Filmes e a italiana Indiana Filmes.

- A história é inspirada no conto "Presos pelo Estômago", do livro "Pólvora, Gorgonzola e Alecrim", de Lusa Silvestre.

- As filmagens aconteceram durante 5 semanas, nas cidades de Curitiba e São Paulo. Toda a finalização do filme aconteceu na Itália, em Milão e Roma.

- Teve como locação o presídio do Ahú, em Curitiba.

- Como grande parte da história se passa dentro de uma prisão, Luís Mendes Jr. foi contratado como consultor de vida e comportamento no presídio. Ele entrou na prisão aos 19 anos, semi-analfabeto, e saiu 30 anos depois, como escritor e cronista afirmado.

- Exibido na mostra Première Brasil, no Festival do Rio 2007.







TRAILER DO FILME Estômago

domingo, 4 de março de 2007

O Céu de Suely

As primeiras imagens de O Céu de Suely, com sua hipercolorida textura de Super-8 e com o tom afetuoso que emana do casal em cena, não são apenas imagens do início de um filme. Na verdade, mais que começo, essas imagens, captadas com a câmera próxima dos atores, são uma continuação. E não somente da carreira do diretor cearense Karim Aïnouz, mas de um projeto de cinema centrado em corpos. Tanto a protagonista de O Céu de Suely — que rifa uma noite de sexo para conseguir dinheiro e, assim, deixar a pequena Iguatu (CE) — quanto o personagem-título de Madame Satã (2002), o primeiro longa de Aïnouz, usam o corpo para o prazer e para a sobrevivência. Importa nesse projeto o respeito despido de julgamentos pela opção dos personagens, como se fossem autônomos e só restasse à câmera observá-los de perto.

Mesmo enfrentando dificuldades na relação com seus ambientes sociais, Satã e Hermila (que, no decorrer do filme, adota o codinome de Suely) não são coitadinhos. Pelo contrário. São seres potentes, que dependem apenas de si próprios e controlam seus rumos, ora usando o corpo como arma (Satã), ora transformando-o em mercadoria (Hermila). São donos de seus narizes e, ao tomar uma decisão ou agir de determinado modo, assumem a responsabilidade.

Filmar o livre-arbítrio dos corpos, porém, não é o único projeto de Aïnouz. Aos 40 anos, o cineasta converteu-se em uma espécie de líder — mas não exatamente como Glauber Rocha na década de 1960, cérebro, olho, pulmão e voz do Cinema Novo, que procurava manter acesa a chama do movimento artístico entre seus pares. O diretor de O Céu de Suely é mais um aglutinador informal de criatividades, que não acredita em “artistas-ilhas”, embora também desconfie do “cinema de grupo”.

Alguns dos mais importantes filmes assinados pela nova safra de cineastas brasileiros têm o dedo de Aïnouz, seja no roteiro, seja na produção. Cinema, Aspirinas e Urubus, do pernambucano Marcelo Gomes, e Cidade Baixa, do baiano Sergio Machado, encabeçam a lista. Com os dois colegas, Aïnouz compõe algo como um núcleo de exilados nordestinos no eixo Rio/SP.


MESMO BARCO

“Cinema dependente.” É assim que o diretor costuma chamar esse processo informal de cooperação, não sem ironia ao culto romântico da independência, que carrega a imagem do artista solitário e quase autista em suas obsessões. “Gosto de depender dos parceiros. Sou como dono de restaurante, que fica indo de mesa em mesa”, diz Aïnouz. ”Me agrada promover encontros, testar minhas idéias e as dos outros, porque isso nos faz aprender mais e pensar melhor.”

Em O Céu de Suely, ele teve entre seus principais interlocutores o jovem carioca Felipe Bragança, diretor-assistente do filme e um dos responsáveis pelo roteiro.

A aposta na renovação e nos companheiros de geração — entre os quais também inclui o mineiro Cao Guimarães, realizador de documentários poéticos e experimentais — não o impede de integrar-se com quem chegou antes dele. Aïnouz não abre mão, por exemplo, de ter a benção de Walter Salles, cuja produtora, a VideoFilmes, ajudou a abrir portas para o diretor no exterior, possibilitando que O Céu de Suely exiba apenas produtores internacionais em seus letreiros, exceção feita a um crédito para a Petrobras.

Aïnouz se define como sujeito de seu tempo. Em vez de lamentar dificuldades ou encarar os colegas como rivais, age para somar, nunca para dividir. Quando seu novo filme ganhou o prêmio principal, o de direção e o de atriz no Festival do Rio, no início de outubro/06, ele quase se desculpou com os amigos com quem concorria.

Disse que estava constrangido. Sua vitória foi, de qualquer forma, sintomática. Pois quase todos os competidores eram da geração que estreou em longa-metragem a partir de 1994. Ou seja, uma festa entre pares, entre diretores do mesmo tempo histórico, o do Brasil pós-regime militar, pós-fim da Embrafilme e pós-luto pela quase ausência de produção no começo dos anos 90.

Se o Festival do Rio referendou Aïnouz como líder dessa turma, ele simplesmente rejeita o título. “Sinto que há um novo clima no cinema brasileiro, de diálogo, de cooperação, oriundo da consciência de que estamos todos no mesmo barco.”

Ficha Técnica

Direção: Karim Ainouz
Roteiro: Karim Ainouz, Felipe Bragança, Mauricio Zacharias
Elenco: Hermila Guedes, Maria Menezes, Zezita Matos e Marcélia Cartaxo.
Gênero: Drama
Origem: Alemanha/Brasil/França
Duração: 90 minutos
Tipo: Longa
Site: http://www.oceudesuely.com.br/home.htm

Trailer