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È chover no molhado dizer que este será o filme do ano. Já é. Independentemente de suas qualidades e defeitos, de um vazamento de milhares de cópias piratas que o tornaram objeto de discussões acaloradas pela imprensa, o filme de José Padilha já ganhou status de cult. Fica difícil abaixar a poeira para enxergar com serenidade aquilo que ele trata, ainda mais que sua chegada precipitada às salas de cinema só vai incendiar ainda mais a polêmica. Polêmica, aliás, que é bem real.
Há muitos temas dentro de Tropa de Elite, que se inspira, mas não é uma adaptação, no livro Elite da Tropa, de Rodrigo Pimentel (um dos roteiristas do filme), André Baptista (ex-integrantes do BOPE, o controverso Batalhão de Operações Especiais da PM carioca) e Luiz Eduardo Soares (ex-secretário da Segurança Pública do Rio). Violência policial, a criação de uma elite ainda mais violenta dentro do batalhão que sobe aos morros cariocas para enfrentar o tráfico, a conivência das ONGs com o tráfico para poderem instalar-se nas favelas e realizar um trabalho social, a conivência da classe média com a exploração brutal de crianças a partir do momento em que consome drogas no asfalto. Material explosivo, de algum modo já visitado pelo cinema brasileiro recente, em filmes como Cidade de Deus, Quase Dois Irmãos, É Proibido Proibir e o documentário Notícias de uma Guerra Particular, entre outros.
Então, qual o diferencial de Tropa de Elite? O ponto de vista do narrador, que é o da polícia. No caso, o capitão Nascimento (Wagner Moura, em desempenho arrepiante). Ele interpreta um policial que acredita no seu trabalho e que tem a chance de uma promoção, tornando-se comandante da tropa que sobe o morro e fica cara a cara com esta guerra que a maioria das pessoas fora dali só conhece pelos noticiários.
A fama do BOPE é tão sinistra quanto a dos comandos do tráfico. Quando o batalhão sobe, a polícia convencional sai. O BOPE só entra em ação para matar, como avisa seu macabro hino de guerra: : “Homem de preto, qual é a sua missão? É invadir favela, é deixar corpo no chão”. O treinamento de seus integrantes não fica atrás em sadismo, calcado possivelmente no dos fuzileiros navais norte-americanos.
As cenas de tortura não são menos contundentes, a mais comum sendo a do saco plástico – um quase sufocamente dos suspeitos, para que revelem os paradeiros de seus chefes, isto após espancamentos ferozes.
Tropa de Elite põe o dedo na ferida desta guerra com sede de adrenalina. Padilha, o premiado diretor do ótimo Ônibus 174, filma com o dedo no gatilho, na mesma velocidade que a descida do protagonista Nascimento ao inferno. Ele vai progressivamente perdendo o controle e o sono, consumindo remédios para contornar sua síndrome de pânico. Um processo semelhante de brutalização acaba por atingir seus subordinados, como os até então serenos Neto (Caio Junqueira) e André (André Ramiro).
Não há trégua, nem compaixão – por isso, alguns acusam o filme de falta de distanciamento crítico, de espaço para a reflexão. A idéia é não deixar o espectador respirar, levá-lo junto nessa viagem infernal, induzindo-a a reagir emocionalmente a essa paisagem devastada de ética para que depois ele se interrogue, como Nascimento – mas no que estamos todos nós nos transformando? Ponto para reflexão inclusive de quem, inadvertidamente ou não, aplaude as barbaridades que a polícia comete em nome da lei.
Sinopse
1997. O dia-a-dia do grupo de policiais e de um capitão do BOPE (Wagner Moura), que quer deixar a corporação e tenta encontrar um substituto para seu posto. Paralelamente dois amigos de infância se tornam policiais e se destacam pela honestidade e honra ao realizar suas funções, se indignando com a corrupção existente no batalhão em que atuam.
Elenco
Wagner Moura (Capitão Nascimento)
Caio Junqueira (Neto)
André Ramiro (André Matias)
Milhem Cortaz (Capitão Fábio)
Fernanda de Freitas (Roberta)
Fernanda Machado (Maria)
Thelmo Fernandes (Sargento Alves)
Maria Ribeiro (Rosane)
Emerson Gomes (Xaveco)
Fábio Lago (Baiano)
Paulo Vilela (Edu)
André Mauro (Rodrigues)
Marcelo Valle (Capitão Oliveira)
Erick Oliveira (Marcinho)
Ricardo Sodré (Cabo Bocão)
André Santinho (Tenente Renan)
Luiz Gonzaga de Almeida
Bruno Delia (Capitão Azevedo)
Alexandre Mofatti (Sub-Comandante Carvalho)
Daniel Lentini
Caio Junqueira (Neto)
André Ramiro (André Matias)
Milhem Cortaz (Capitão Fábio)
Fernanda de Freitas (Roberta)
Fernanda Machado (Maria)
Thelmo Fernandes (Sargento Alves)
Maria Ribeiro (Rosane)
Emerson Gomes (Xaveco)
Fábio Lago (Baiano)
Paulo Vilela (Edu)
André Mauro (Rodrigues)
Marcelo Valle (Capitão Oliveira)
Erick Oliveira (Marcinho)
Ricardo Sodré (Cabo Bocão)
André Santinho (Tenente Renan)
Luiz Gonzaga de Almeida
Bruno Delia (Capitão Azevedo)
Alexandre Mofatti (Sub-Comandante Carvalho)
Daniel Lentini
Ficha Técnica
Título Original: Tropa de Elite
Gênero: Ação
Tempo de Duração: 118 minutos
Ano de Lançamento (Brasil): 2007
Site Oficial: www.tropadeeliteofilme.com.br
Estúdio: Zazen Produções
Distribuição: Universal Pictures do Brasil / The Weinstein Company
Direção: José Padilha
Roteiro: Rodrigo Pimentel, Bráulio Mantovani e José Padilha
Produção: José Padilha e Marcos Prado
Música: Pedro Bromfman
Fotografia: Lula Carvalho
Desenho de Produção: Tulé Peak
Figurino: Cláudia Kopke
Edição: Daniel Rezende
Gênero: Ação
Tempo de Duração: 118 minutos
Ano de Lançamento (Brasil): 2007
Site Oficial: www.tropadeeliteofilme.com.br
Estúdio: Zazen Produções
Distribuição: Universal Pictures do Brasil / The Weinstein Company
Direção: José Padilha
Roteiro: Rodrigo Pimentel, Bráulio Mantovani e José Padilha
Produção: José Padilha e Marcos Prado
Música: Pedro Bromfman
Fotografia: Lula Carvalho
Desenho de Produção: Tulé Peak
Figurino: Cláudia Kopke
Edição: Daniel Rezende
Curiosidades
- Tropa de Elite era originalmente um projeto de documentário, derivado de Ônibus 174 (2002), tendo o BOPE como tema principal.
- BOPE significa Batalhão de Operações Policiais Especiais.
- Para preparar o filme José Padilha trabalhou dois anos em investigações com a colaboração do BOPE, psiquiatras da PM e ex-traficantes.
- Para compor os personagens José Padilha entrevistou e ouviu histórias de 15 policiais, que conheceu depois que fez Ônibus 174 (2002).
- Apesar das contribuições do ex-capitão do BOPE, Rodrigo Pimentel, que escreveu em parceria com o sociólogo Luis Eduardo Soares o livro “Elite da Tropa”, Padilha afirma que o filme não é uma adaptação do livro.
- A escolha do elenco foi feita por Fátima Toledo.
- Em novembro de 2006 traficantes do morro Chapéu Mangueira, onde as filmagens eram feitas, seqüestraram parte da equipe que trabalhava no filme e roubaram as armas cenográficas. 59 delas eram réplicas e 31 verdadeiras, adaptadas para tiros de festim. As filmagens foram paralizadas por cerca de duas semanas.
- Após ter a equipe seqüestrada e as armas cenográficas roubadas durante as filmagens de Tropa de Elite, o diretor José Padilha teve uma cópia pirata do filme circulando antes de sua estréia nos cinemas. A cópia, que não era a edição definitiva do filme, foi vendida em camelôs 2 meses antes do lançamento.
- Escolhido como o filme de abertura do Festival do Rio 2007.
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