sexta-feira, 11 de janeiro de 2002

Björk no Sugarcubes




Os Sugarcubes

Em 8 de junho de 1986 traz ao mundo um maravilhoso menino. Sindri. Como outra das suas excentricidades, é um nome da mitologia Norse que significa "quando dois corpos ardendo se encontram" e "brilho ao redor do sol". Junto com Thorn, compra um apartamento e se casam. Isso não causa grande revolução porque os islandeses costumam se casar muito jovens. Mas também não dura muito. Decidem se separar numa boa e continuar sendo amigos e companheiros de banda. Cheia de novas sensações, Björk atua pela primeira vez em um filme, The Juniper Tree, uma história tormentosa que enche sua vida de conflitos.

Nada que a original, criativa e dinâmica islandesa não pudesse administrar. As coisas vão tomando outro caminho para Björk. Começa a sair com Óskar Jónasson, enquanto Thorn decide viver com Magga Órnolfsdóttir, tecladista de Reptile, e que depois se torna tecladista da próxima banda de Björk, The Sugar Cubes.

A sonoridade agridoce e exótica do Sugarcubes (que devia muito ao Cocteau Twins, de Liz Frasier) chamou logo a tenção do selo independente inglês, One Little Indian, que topou a esquisitice e bancou o primeiro single da galera, chamado "Birthday"em 1987. Era a primeira pop song islandesa de todos os tempos a fazer sucesso fora da ilha.

O impacto foi fulminante nos modernos de plantão da época. As linhas de baixo e o timbre de guitarra davam o tempero alternativo que se esperava, mas, que vocalista era aquela? Sua voz ia do mais doce susurro a rasgos de voz típicos das crooners americanas negras. Era Björk dizendo oi, mundo". Mesmo que o Sugarcubes fosse uma democrática formação de rock, o foco das atenções passou a ser Björk mesmo com as performances burlescas de Einar, que muitos chamam de o equivalente islandês de Fred Schneider.

Os Sugarcubes bombardearam o mundo com mais singles, "Deus" e "Cold Sweat" e um disco, Life's Too Good (1988), que foi um sucesso de crítica e público, o que deu cacife à banda para fundar um projeto paralelo, um selo e editora, chamado Bad Taste Ltd, para publicar poesias e gravar outras bandas, islandesas ou não. No entanto, o segundo disco pela One Little Indian, Here, Today, Tomorrow, Next Week! (1989) teve uma recepção abaixo das expectativas geradas por seu antecessor. Com isso, o Sugarcubes iniciou um processo de fragmentação lento, saindo de cena aos poucos. Mas Bjork permaneceu no foco.

Em 1990 ela gravou um disco de jazz tradicional com um trio islandês chamado Gling-Gló e ressurgiu na mídia quando começou a colaborar com Graham Massey do projeto eletrônico inglês 808 State, o que resultou em duas participações em EX: EL, disco de 1991, além de algumas aparições em shows. Esta incursão no techno acabou influenciando o som do ainda ativo Sugarcubes em seu vindouro e último álbum Stick Around For Joy e na coletânia It's It (1992), cheio de remixes esquisitos. No fim do ano o grupo acabaria de vez, com cada integrante indo para um lado.

A volta a Londres trouxe para Björk novas emoções. A dança e uma carreira como solista despertam nela e abrem todas as possibilidades da sua imaginação. Passa um tempo em 808 State´s e grava Ooops junto com um dos mais aclamados produtores da cena inglesa da época - Nellee Hooper - a alma por trás do Soul II Soul e do nascente Massive Attack. Todo o club e house music aparecem para juntar-se ao seu estilo.

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