A História
O Mercado Municipal Paulistano foi construído para substituir o mercado velho que ficava na rua 25 de Março, local onde os ambulantes vendiam de tudo. Hoje, nas barracas do municipal ainda pode-se encontrar de tudo: de sementes a frutas populares e exóticas.
Até o século XVIII, o abastecimento da cidade de São Paulo chegava através de batelões que atracavam nas margens do rio Tamanduateí. Em 1867 se implantaria o primeiro mercado municipal, visando a distribuição dos produtos do litoral e do exterior.
Em 1924, com o crescimento da cidade, foi aprovada uma lei autorizando a construção de um novo mercado municipal. O Mercado Central, como ele é conhecido talvez tenha sido o ultimo daqueles grandes edifícios que a partir do final do século XIX foram erguidos para que a cidade de São Paulo consolidasse cada vez mais suas imagens de “Metrópole do Café”.
Francisco de Paulo Ramos de Azevedo (1851 — 1928), de origem portuguesa e formando na Politécnica de Gand Na Bélgica, foi o responsável pelo construção, tinha o mais conceituado escritório de arquitetura da época — o mesmo que elaborou em São Paulo o teatro Municipal, o Palácio das Indústrias, a Pinacoteca, os Correios, Teleégrafos e o Colégio Sion, para citar alguns. Em seu escritório trabalhavam portugueses, brasileiros e italianos, entre eles Felisberto Ranzini, que desenhou as fachadas do Mercado.
Como estava na moda Alemanha, Itália e França, o estilo eclético foi escolhido para o projeto, cuja característica principal é o uso de fachadas sóbrias, com colunas internar e externas em estilo grego, jônico ou dórico. Telhas de vidros, clarabóias e vitrais complementam o conjunto, criando uma perfeita iluminação natural. Seguindo orientação do próprio arquiteto Ramos de Azevedo, os vitrais deveriam ser um documento histórico, além de mostrar nossa produção agrícola.
A execução dos vitrais foi entregue ao artista russo Conrado Sorgenicht Filho, cujo trabalho também pode ser apreciado na Catedral da Sé e em outras 300 igrejas brasileiras. O vidro colorido veio da Alemanha. Ao todo são 32 painéis, subdivididos em 72 vitrais onde se pode ver o trabalho manual do colono no cultivo e colheita, a tração animal para o arado e para transporte, a paisagem, a criação de gado e de aves que comporiam o cenário para sua obra.
Da pesquisa à execução, Conrado levou quatro anos. Contudo, o arquiteto brasileiro Ramos de Azevedo não veria terminada a sua construção, vindo a falecer em 1928, deixando para seus sócios Armando Dumont Villares e Ricardo Severo a finalização da obra.
Em 1932 o Mercado esta concluído. Porém, armas e munições foram os primeiros produtos estocados em seu interior, no lugar das frutas e peixes. Era a Revolução Constitucionalista de 1932. Relata-se que alguns soldados treinavam pontaria mirando as cabeças das figuras nos vitrais. Conrado teve que trabalhar por mais dois meses repondo os fragmentos quebrados.
Em 25 de janeiro de 1933, às margens do rio Tamanduateí, numa área de 12.600m2, ele foi finalmente inaugurado, quando São Paulo contava com uma população de um milhão de habitantes.
Através do Decreto nº 35.275 de 06/07/1995, passou a denominar-se Mercado Municipal Paulistano.
Visite o site do Mercado Municipal Paulistano
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